Rota da Integração: Brasil e Paraguai consolidam parceria estratégica na visita técnica à ponte internacional sobre o Rio Paraguai

Presença de Barbosinha, governador Riedel, presidente Santiago Peña e autoridades reforçam a importância da ligação entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta para o futuro logístico da América do Sul

A ponte internacional sobre o Rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (Paraguai), recebeu nesta quinta-feira (2) uma visita técnica de chefes de Estado, ministros e autoridades dos dois países. A agenda marcou mais um passo decisivo rumo à consolidação da Rota Bioceânica, corredor rodoviário internacional que conectará o Atlântico ao Pacífico e transformará o perfil logístico da região.

Com 80% das obras concluídas, a estrutura binacional já é considerada um marco da integração econômica e geopolítica da América do Sul. O governador Eduardo Riedel recebeu o presidente do Paraguai, Santiago Peña, acompanhado por parlamentares, técnicos e representantes de entidades. Durante a visita, foi lançado o projeto de pavimentação de 3,8 km de acesso do lado paraguaio, com investimento de US$ 15 milhões, reforçando o compromisso conjunto com a funcionalidade da rota.

Para o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, a ponte é mais que uma obra de engenharia. “A ponte sobre o Rio Paraguai é uma obra monumental de integração latino-americana. Representa a consolidação da Rota Bioceânica, com pavimentação, alças de acesso e conexões rodoviárias. É extremamente importante para o comércio, o turismo e o desenvolvimento de toda essa região do Mato Grosso do Sul, do Paraguai, da Argentina e do Chile. Um símbolo de cooperação internacional que fortalece políticas públicas conjuntas e potencializa a presença do Estado em uma das áreas mais estratégicas do continente”, disse.

Com investimento de US$ 93 milhões (cerca de R$ 575,5 milhões), financiado pela administração paraguaia da Itaipu Binacional, a ponte teve ordem de serviço emitida em dezembro de 2021 e previsão de entrega no primeiro semestre de 2026. Do lado brasileiro, as obras de acesso estão em execução com orçamento de R$ 472 milhões, incluindo a ligação com a BR-267, o contorno rodoviário de Porto Murtinho e a construção de um Centro Aduaneiro, sob responsabilidade do Governo Federal via Novo PAC.

Integração continental e impacto logístico

A ponte encurtará em 9,7 mil quilômetros a rota marítima das exportações brasileiras para a Ásia, reduzindo em até 17 dias o tempo de transporte para destinos estratégicos como China e Japão. A obra é vista como alternativa competitiva ao Canal do Panamá e deverá alavancar a competitividade do agronegócio e da indústria da região.

O presidente Santiago Peña ressaltou o valor da cooperação bilateral. “Estamos diante de uma infraestrutura que vai transformar não apenas a logística, mas também a mentalidade de integração entre nossos povos. O Paraguai está fazendo sua parte e queremos acelerar a construção dos acessos, iluminação e sinalização. É hora de projetarmos juntos o futuro da América do Sul”, destaca.

O governador Eduardo Riedel reforçou o papel do Estado na articulação internacional. “É por meio da cooperação que superamos desafios históricos de infraestrutura. Essa ponte vai encurtar distâncias físicas e econômicas. A presença do presidente Peña, da ministra Simone Tebet e de autoridades federais demonstra que estamos no caminho certo”, pontua.

Representando o Governo Federal, a ministra do Planejamento, Simone Tebet, destacou o caráter humano e transformador da obra. “Essa ponte não é só concreto e aço. Ela é sobre pessoas, oportunidades e respeito às identidades regionais. O Governo Federal está comprometido em destravar obras estruturantes e dar funcionalidade à Rota Bioceânica, que vai transformar nossa economia e projetar o Centro-Oeste como eixo estratégico de comércio internacional”, afirma.

Investimentos estaduais e obras complementares

Além da ponte e da alça federal, o Governo de Mato Grosso do Sul investe em Porto Murtinho e região cerca de R$ 80 milhões em infraestrutura urbana, saúde e educação. A reativação da hidrovia do Rio Paraguai, com apoio a operadores logísticos e empresas portuárias, amplia ainda mais a integração multimodal.

As obras complementares à Rota Bioceânica somam R$ 2,6 bilhões em investimentos estaduais, incluindo a pavimentação das rodovias MS-134, MS-299, MS-316 e MS-244, além da restauração de trechos como MS-384, MS-141 e MS-040. Essas rotas fortalecerão a conectividade até o entroncamento da ponte, garantindo escoamento ágil da produção agrícola, industrial e mineral para o mercado internacional.

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