Barbosinha destaca cerimônia Kaiowá e volta a pedir ajuda para as aldeias

“Um evento marcante para a nação Kaiowá”. Assim, o deputado Barbosinha festejou, na sessão desta terça-feira (7) da Assembleia Legislativa, a oportunidade que teve, “de muita alegria e felicidade”, em participar, junto aos Terenas e aos Guaranis, da celebração dos 120 anos da criação da aldeia, realizada sábado (4) com a entrega do documento que legitima aquela área como ‘tekohá’ (local tradicional indígena) e o hasteamento da bandeira que retrata esse marco histórico.

O ato cultural, que contou ainda com a presença do Exército Brasileiro e de várias autoridades das aldeias, foi celebrado pelo cacique tradicional caiuá Getulio Oliveira, o cacique guarani Catalino Aquino, a liderança terena Edio Felipe Valério, o capitão da aldeia Jaguapiru, Ramão Fernandes, Reinaldo Arevalo, capitão da aldeia Bororó e da dona Alda, rezadora tradicional e esposa do cacique Getulio, entre outras pessoas.

Mas, de acordo com o deputado, além de parabenizar por esse evento tão significativo, é importante também não deixar de lado os problemas existentes dentro da Reserva Indígena de Dourados. “Existem problemas como a péssima conservação das estradas, predominam buracos e lagos ao longo dos trechos, homens, mulheres e crianças tem dificuldades em fazer essa travessia”, reportou.

Desafios

Barbosinha voltou a reivindicar do Governo do Estado uma ação mais firme junto ao Município para a recuperação dessas vias. O asfalto iniciado na região norte da cidade, que vai até o hospital da Missão Caiuá, precisa ser ampliado. “É vontade dos indígenas que esse asfalto percorra toda a extensão da aldeia, até o anel rodoviário que vai ligar com a saída para Ponta Porã, numa extensão de 13 km, além da construção de uma creche para abrigar crianças enquanto as mulheres indígenas buscam a produção”.

O deputado disse da reivindicação feita, e já aprovada pela comunidade indígena, pela construção de uma escola de Ensino Médio, de período integral, a ser construída na aldeia Bororó, mas ainda predomina o problema da falta d’água. “120 anos depois, é grave o problema da falta de água, um povo que convive ali próximo da cidade e não tem o acesso a esse recurso minimamente necessário para a higiene pessoal e a vida”.

Para o deputado Barbosinha, esse problema já vai além dos limites. “São várias manifestações que fizemos aqui, intervenções junto à Sesai (a Secretaria Especial de Saúde Indígena), a Funai e a Sanesul, e o problema continua. Peço aqui a intervenção do Ministério Público Federal, porque isso é questão de saúde indígena, temos uma situação que não dá mais pra continuar sendo ignorada”, destacou. O deputado ainda sugeriu a criação de vilas indígenas, devido ao grande aumento populacional. "Quem sabe seja a hora de pensar em uma vila, com toda a estrutura de saneamento e energia, e o espaço da terra reservado para a produção”, definiu.