Sanesul coloca Mato Grosso do Sul no centro dos debates nacionais ao sediar o 3º Encontro de Ouvidores de Saneamento

Estado com índices acima da média nacional conduz discussões sobre governança, inovação e o papel das ouvidorias frente às novas demandas climáticas e tecnológicas

Campo Grande é palco, entre os dias 25 e 26 de setembro, do 3º Encontro Nacional de Ouvidores de Saneamento, promovido pela Câmara Técnica de Ouvidoria da Associação Brasileira das Empresas Estaduais de Saneamento (AESBE) e sediado pela Sanesul, empresa pública vinculada ao Governo de Mato Grosso do Sul. Como anfitrião, o Estado reafirma seu compromisso com a excelência dos serviços de saneamento e com a transparência na relação com o cidadão, reunindo cerca de 300 participantes de 23 eatdos brasileiros entre ouvidores, gestores públicos, reguladores e especialistas em atendimento.

Na abertura do evento, que ocorreu nesta quinta-feira (25), o vice-governador José Carlos Barbosa, o Barbosinha, representou o governador Eduardo Riedel, destacando que o evento fortalece a gestão pública, amplia o diálogo com a sociedade e consolida Mato Grosso do Sul como referência nacional em inovação e governança no setor de saneamento e que a essência do trabalho das Ouvidorias está na escuta ativa e na sensibilidade de compreender quem está do outro lado.

Ele ressaltou que, em um mundo cada vez mais acelerado pela tecnologia e pela inteligência artificial, muitos priorizam falar em vez de ouvir, o que enfraquece o diálogo. “Todo mundo quer aprender a falar, ninguém quer aprender a ouvir. Ouvir é fundamental”, destacou. Para Barbosinha, o encontro nacional, que reúne representantes de 23 estados, evidencia a importância de capacitar as ouvidorias para transformar manifestações em soluções, fortalecendo a relação entre empresas e consumidores.

O presidente da Sanesul, Renato Marcílio, ressaltou que valorizar as ouvidorias significa fortalecer o diálogo com a população e reconhecer o papel essencial do consumidor na construção de políticas públicas mais eficientes. Para ele, ouvir a sociedade é uma forma de cidadania e de respeito a cada cidadão.

“O evento de prestigiar as ouvidorias é uma demonstração de apreço aos consumidores. Uma forma de respeito a cada cidadão e também uma sinalização de um caminho de aprimoramento de boas práticas e políticas públicas. Acima de tudo, um evento de cidadania, aberto ao diálogo e que contribui para a construção de soluções junto à população, aproximando sempre a empresa e seus consumidores e valorizando suas opiniões e suas necessidades”, afirmou.

O objetivo central do evento é fortalecer as ouvidorias como instrumentos estratégicos de diálogo e inovação no setor de saneamento básico. Tradicionalmente voltado apenas a ouvidores, o encontro inova nesta edição ao incluir também gestores públicos, demonstrando como a parceria entre administração e escuta qualificada da população pode resultar em melhorias efetivas nos serviços.

O presidente da AESBE, Munir Abud, destacou a relevância do Encontro de Ouvidores ao ressaltar que a troca de experiências é o ponto central de iniciativas como essa. Segundo ele, compreender os desafios enfrentados por colegas de outros estados permite refletir sobre soluções conjuntas para problemas cotidianos do setor. “A troca de experiências sempre é o ponto fundamental desses eventos. É importante saber a dor do colega que trabalha no Estado ao lado. E essa troca pode nos ajudar a encontrar soluções, fortalecer relacionamentos e ampliar o aprendizado. Esse é o grande ganho com encontros como este”, afirmou.

Para os organizadores, a iniciativa busca promover uma mudança de paradigma, consolidando as ouvidorias como “laboratórios de melhorias” capazes de transformar as manifestações dos cidadãos em ações concretas. Além de painéis técnicos e debates, o encontro cria um espaço para troca de experiências, networking e compartilhamento de boas práticas entre profissionais de todo o país, reforçando o compromisso com transparência, inovação e sustentabilidade.

A programação é dividida em dois dias: o primeiro com foco em gestão e sustentabilidade, com palestra magna da advogada e jornalista Rosana Jatobá, e o segundo, nesta sexta-feira (26), é dedicado a temas como inteligência artificial, governança e regulação no setor.

Saneamento em MS

A realização do evento em Campo Grande destaca o protagonismo do Estado no setor. Hoje, o serviço de água já é universalizado em território sul-mato-grossense e a cobertura de esgoto alcançou 72%, frente aos 52% registrados em 2021, ano de início de uma parceria público-privada (PPP) que alavancou investimentos privados em saneamento. A meta é atingir 90% até 2028, alcançando a universalização, e chegar a 98% até 2031. Todo o esgoto coletado é tratado, colocando MS entre os estados mais avançados do Brasil.

Esses números contrastam com a realidade nacional: enquanto a média brasileira de cobertura de esgoto não chega a 60%, Mato Grosso do Sul já ultrapassou a marca de 70% e caminha para se tornar referência no cumprimento das metas do Novo Marco Legal do Saneamento. A Sanesul, que atua em 68 municípios e 60 distritos, é peça fundamental nesse avanço, investindo em tecnologia de ponta e sistemas modernos que ampliam a qualidade de vida da população e evitam doenças.

Outro destaque da atuação estadual é a atenção às comunidades indígenas. Na Reserva Indígena de Dourados, onde vivem mais de 20 mil pessoas, o governo perfurou dois poços com reservatórios, em um investimento de aproximadamente R$ 490 mil. Além disso, mantém abastecimento diário de água potável por meio de caminhões-pipa e conta com o trabalho da Defesa Civil e de agentes indígenas de saneamento para garantir que nenhuma família fique desassistida. Para o governo, essa é uma ação emergencial enquanto se articulam investimentos e soluções definitivas para superar os problemas estruturais de um sistema antigo e sobrecarregado.

Próximo
Próximo

Governo de Mato Grosso do Sul lança JUCEMS IA e consolida eixo digital no Encontro Nacional das Juntas Comerciais